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ESTUDO DE COORTE
A incidência de autolesões teve um aumento de 68% entre as adolescentes entre 13 e 16 anos
Recomenda-se o desenvolvimento e implementação de intervenções efetivas para sua prevenção


Identificou-se um aumento de 68% na incidência de autolesões entre as adolescentes de 13 a 16 anos entre 2011 e 2014, o que indica uma necessidade urgente de desenvolver e implementar intervenções efetivas para meninas em sua adolescência precoce .

Isto é o que sugere o estudo “Incidence, clinical management, and mortality risk following self harm among children and adolescents: cohort study in primary care” (BMJ; 359:j4351 http://dx.doi.org/10.1136/bmj.j4351; 2017), elaborado por diferentes departamentos da Universidade de Manchester.
 
Consiste em um estudo de coorte baseado na população que teve como objetivo examinar as tendências temporais na incidência específica de sexo e idade da autolesão em crianças e adolescentes, os padrões de manejo clínico e o risco de mortalidade por causa específica depois de um episódio de autolesão em uma idade precoce.

Foram utilizados os registros eletrônicos de 674 práticas gerais de saúde da UK Clinical Practice Research Datalink. Os pacientes das práticas elegíveis se relacionaram com as estatísticas de episódios hospitalares (HES) e os registros de mortalidade da Oficina de Estatísticas Nacionais (ONS).

Para as fases analíticas descritivas, os investigadores examinaram dados pertencentes a 16.912 pacientes entre 10 e 19 anos que se agrediram entre 2001 e 2014. Para a análise da mortalidade por causas específicas após auto dano, 8.638 pacientes elegíveis para HES e ONS foram divididos por idade, sexo e prática geral com até 20 crianças e adolescentes não afetados (n = 170274).

Na primeira fase, foram avaliadas as tendências temporais na incidência anual específica de sexo e idade. Na segunda fase, o manejo clínico foi avaliado de acordo com a probabilidade de derivação a serviços de saúde mental e prescrição de drogas psicotrópicas. N terceira fase, os riscos relativos de mortalidade por todas as causas, morte não natural (incluindo o suicídio e a morte acidental) e intoxicação aguda por consumo de álcool ou drogas, foram estimados como quocientes de riscos derivados dos estratos de riscos proporcionais de Cox para a coorte de autolesões versus os no afetados coorte de comparação.

Foi observado que a incidência anual de autolesões aumentava em meninas (37.4 por 10.000) em comparação com as crianças em geral (12.3 por 10.000), e um forte aumento de 68% em meninas de 13-16 anos, de 45.9 por 10.000 em 2011 a 77.0 por 10.000 em 2014. As referências dentro dos 12 meses posteriores ao episódio de autolesão foram 23% menos prováveis para pacientes jovens registrados nas práticas mais desfavorecidas socialmente, mesmo as incidências tendo sido consideravelmente mais altas nestas localidades. As crianças e adolescentes que que se feriram apresentavam aproximadamente nove vezes mais probabilidades de morrer de forma não natural durante o seguimento, com aumentos especialmente notáveis de riscos de suicídio (índice de risco ajustado a depravação 17,5, intervalo de confiança do 95%: 7,6 a 40,5) e intoxicação aguda por álcool o drogas (34.3, 10.2 a 115.7).

Obter uma melhor compreensão dos mecanismos responsáveis pelo recente aumento aparente na incidência de autolesões entre as adolescentes e iniciativas coordenadas para abordar as desigualdades em saúde na provisão de serviços a crianças e adolescentes em apuros, representam prioridades urgentes para múltiplas agências públicos.

A investigação partiu dos dados de que a autolesão consiste  no fator de risco mais forte para o posterior suicídio , e o suicídio é a segunda causa de morte mais comum antes dos 25 anos em todo o mundo.

Nos últimos anos foram identificados aumentos nas taxas de suicídio de crianças e adolescentes além dos relatos de angústia psicológica em uma idade precoce  estar aumentando drasticamente, porém a incidência de autolesões não fatais é difícil de quantificar a nível de população em ausência de dados.

Existe uma brecha nas evidências para as tendências temporais relacionadas com autolesões entre crianças e adolescentes, com períodos de observação de estudos publicados que atualmente se estendem até 2012, e apenas escassas evidências disponíveis de populações de atenção primária.

A probabilidade de derivação foi mais baixa nas práticas nas localidades mais desfavorecidas onde a incidência de autolesões foi mais alta: uma ilustração da "lei de atenção inversa", segundo a qual a quantidade ou qualidade da prestação de serviços de saúde está inversamente relacionada com o nível de necessidade de atenção médica.

Os altos riscos relativos observados para a mortalidade prematura por causa específica e para o suicídio e intoxicações agudas fatais por consumo de álcool ou drogas em particular, ressaltam a importância de uma colaboração interinstitucional efetiva para melhorar a segurança e o bem estar mental futuro dos jovens angustiados.