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Journal of the American Medical Association
Quanto mais tempo se espere para realizar uma cirurgia de quadril após uma fratura, maiores são os riscos de mortalidade
Após 24 hs de espera o risco de complicações aumenta.


Quanto mais tempo se espere para realizar uma cirurgia de quadril após fratura em pacientes adultos, maiores são os riscos de mortalidade e de outras complicações. A recomendação é diante da suspeita, não superar as primeiras 24 horas.

Isto é o que sugere o estudo “Association Between Wait Time and 30-Day Mortality in Adults Undergoing Hip Fracture Surgery” (JAMA-The Journal of the American Medical Association; 318 (20); Página: 1994 – 2003; 2017), elaborado pela Universidade de Toronto, pelo Toronto Rehabilitation Institute-University Health Network, Toronto e o Sunnybrook Health Sciences Center, entre outros organismos canadenses. 

Os investigadores partiram da base de que mesmo que o tempo de espera para a cirurgia de fratura de quadril tenha sido relacionado com a mortalidade e estar sendo utilizado como indicadores de qualidade da atenção em todo o mundo, existe controvérsia sobre de quanto tempo é a espera que conduz a complicações.

Este trabalho visou identificar o intervalo de tempo indicado para realizar a cirurgia de fratura de quadril antes do aumento do risco de complicações, utilizando os dados de  tempo de espera das pessoas.

Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo baseado na população de adultos submetidos a cirurgia de fratura de quadril entre 1 de abril de 2009 e o 31 de marzo de 2014 em 72 hospitais em Ontario, Canadá. O risco se modelou em base a probabilidade de cada complicação segundo o tempo de espera. O ponto de inflexão (em horas) quando as complicações começaram a aumentar foi utilizado para definir a cirurgia precoce  e tardia. Para avaliar a solidez desta definição comparou-se os resultados entre os pacientes cirúrgicos precoce versus tardios, utilizando a pontuação de propensão para selecionar os pacientes a serem incluídos no estudo (DR, com IC de 95%).

A mortalidade foi avaliada dentro de 30 días e os resultados secundários incluíram  outras complicações médicas (infarto do miocárdio, trombose venosa profunda, embolia pulmonar e pneumonia).

Como resultado encontrou-se que entre 42.230 pacientes com fratura de quadril (idade média [DE], 80,1 anos [10,7], 70,5% mulheres) que cumpriram os critérios de ingresso ao estudo, 14.174 pacientes (33.6%) receberam cirurgia precoce  e 28.056 pacientes (66.4%) receberam cirurgia tardia. A mortalidade global aos 30 días foi de 7,0%.

O risco de complicações aumentou quando os tempos de espera foram superiores a 24 horas, independentemente da complicação considerada.

Dos 13.731 pacientes emparelhados pela pontuação de propensão que foram submetidos a cirurgia de fratura de quadril depois de 24 horas, 898 pacientes (6,5%) morreram dentro dos 30 días frente a 790 pacientes (5,8%) de 13.731 que receberam cirurgia dentro das 24 horas, para uma diferença de risco absoluto de 0,79% (IC de 95%, 0,23% -1,35%); 166 (1,2%) versus 96 (0,7%) apresentaram embolia pulmonar, para uma diferença de risco absoluto de 0,51% (IC 95%, 0,28% - 0,74%); 160 (1,2%) versus 107 (0,8%) infarto de miocardio, com uma diferença de risco absoluto de 0,39% (IC 95%, 0,15% -0,62%); e 637 (4,6%) versus 506 (3,7%) apresentaram pneumonia, para uma diferença de risco absoluto de 0,95% (IC 95%, 0,48% -1,43%).

Portanto, 13.731 pacientes que receberam cirurgia depois de 24 horas tiveram um risco significativamente mais alto de mortalidade a 30 días.

Para os adultos submetidos a cirurgia de fratura de quadril, o aumento do tempo de espera se associa com um maior risco de mortalidade aos 30 dias e a outras complicações. Um tempo de espera de 24 horas pode representar o marco que define um maior risco.