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DPOC.
Investigação da capacidade de transferência de monóxido de carbono na avaliação da doença pulmonar obstrutiva crônica
Avaliação da morbidade na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)


A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) afeta mais de 15,7 milhões de adultos em todo o mundo, sendo a quarta principal causa de morte nos Estados Unidos. Vários métodos são utilizados na busca do diagnóstico de obstrução ao fluxo aéreo, medido principalmente através da pela espirometria. Recentemente, a avaliação de outros sintomas foi introduzida, sendo considerados o impacto da doença no estado geral de saúde do paciente, a avaliação quantitativa do enfisema por tomografia axial (TC) e o risco de sofrimento exacerbações.

Recentemente, foi proposta a avaliação da capacidade de transferência de monóxido de carbono nos pulmões (DLCO), uma vez que esta reflete as interações complexas que ocorrem na superfície capilar dos alvéolos e tem sido associada ao declínio da função pulmonar na com presença de enfisema. Apesar de fornecer mais informações sobre a fisiologia do trato respiratório do que as fornecidas pela espirometria, ainda há poucas informações sobre a utilidade clínica deste parâmetro.

O objetivo do estudo da epidemiologia genética da DPOC (COPDGene) "Diffusing Capacity of Carbon Monoxide in Assessment of COPD.” (Chest. 2019 Dec;156(6):1111-1119) consiste em analisar a relação entre DLCO e a morbidade por DPOC. Espera-se que a DLCO, independente do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e das medidas quantitativas do enfisema por TC, esteja associado a uma pior morbidade da DPOC, incluindo piora dos sintomas, da qualidade de vida, do desempenho físico e do número de exacerbações.

O estudo analisou uma amostra de 1806 participantes com DPOC, sendo 54% do sexo masculino e 82% caucasianos. Foram identificados 1564 diagnósticos de enfisema evidenciados por tomografia computadorizada. O consumo médio de maços de cigarro/ano foi calculado em 45 e a resposta brônquica registrada após o uso de broncodilatadores foi de 70% para o VEF1 e 66% para o DLCO.

DLCO baixo e morbidade alta

Os resultados dos modelos multivariáveis mostraram que uma menor DLCO foi associada a maiores medidas de morbidade da DPOC em múltiplos domínios, incluindo aumento dos sintomas respiratórios, piora da qualidade de vida, diminuição da capacidade de esforço e maior taxa de exacerbações. Esses achados ocorreram independentes da espirometria e análise do enfisema realizada pela tomografia computadorizada. Portanto, a redução no DLCO estaria associada a uma piora do estado geral de saúde do paciente.

Esses achados sugerem que o DLCO oferece informações valiosas do ponto de vista clínico e excede as obtidas por espirometrias e tomografias computadorizadas, sendo esses testes insuficientes na previsão de sintomas, qualidade de vida ou frequência de exacerbações. Da mesma forma, estudos patológicos, radiográficos e fisiológicos mostraram que há uma correlação entre o aumento do enfisema e a redução do DLCO, o que prova que a medida do DLCO pode ser útil para identificar pacientes com enfisema.

Os resultados destacam o potencial que o DLCO pode ter no fornecimento de informações sobre pacientes com DPOC com limitações físicas. Estudos anteriores observaram que o DLCO estava associado à dispnéia e intolerância ao exercício físico em fumantes com obstrução leve, bem como naqueles com comprometimento moderado a grave da função pulmonar.

Também foi analisada a associação entre o DLCO e o desempenho do exercício funcional, medido através do cálculo da distância percorrida pelos pacientes em seis minutos e medindo sua qualidade de vida graças ao questionário St. George. Esses indicadores sugerem que existe uma associação entre DLCO e limitações funcionais, contribuindo para a carga geral de morbidade no cotidiano de pacientes com DPOC.

Embora o DLCO ainda não tenha sido incluído como preditor em nenhum dos modelos usados para prever exacerbações da DPOC, os resultados mostram que disfunções graves no DLCO estão independentemente associadas a um aumento das exacerbações da DPOC e, especialmente, a exacerbações graves que exigiriam atendimento de urgência ou hospitalização. Portanto, a possibilidade de incluir o DLCO nesses modelos multidimensionais para avaliar a morbimortalidade deve ser considerada.

A associação independente entre DLCO e morbidade na DPOC pode ser um indicador de lesão fisiopatologia subjacente que pode não ser totalmente explicada pela obstrução do fluxo expiratório ou enfisema.

Além da espirometria

O DLCO consiste em um teste não invasivo amplamente disponível, essencial para obtenção de informações clínicas relevantes sobre a DPOC, oferecendo mais dados sobre esta doença do que os obtidos com espirometria e tomografia computadorizada. A avaliação de DLCO fornece informações sobre o estado geral de saúde dos pacientes, sendo útil na identificação daqueles que apresentam desempenho inferior na prática de exercício físicos ou exacerbações frequentes que não completamente observadas pelos índices existentes. Além disso, pode fornecer informações sobre as interações entre a fisiologia vascular e pulmonar, área que deve ser ainda mais investigada.

REFERENCIAS

Balasubramanian A, MacIntyre NR, Henderson R et al. Diffusing Capacity of Carbon Monoxide in Assessment of COPD. Chest. 2019 Dec;156(6):1111-1119. doi: 10.1016/j.chest.2019.06.035.