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REVISTA PAIN
Dor crônica: A expectativa de dor aumenta as probabilidades de senti-la
A expectativa de dor é um fator determinante na experiência de dor futura.


Em pacientes com dor crônica, uma maior expectativa de dor prediz um maior padecimento e incapacidade, inclusive quando controlado o afeto negativo, o medo e o nível de dor inicial. Por isso, a expectativa de dor parece ser um determinante importante da experiência de dor no futuro e seu rendimento funcional.

Isto é o que sugere o estudo “Predictors and social consequences of daily pain expectancy among adults with chronic pain” (Pain, 158  (7); páginas 1224-1233, 2017), elaborado pela Universidade Estatal do Arizona e pela Escola de Medicina da Universidade de Connecticut.

Investigações anteriores sugerem que para as pessoas que vivem com dor crônica, a expectativa de dor pode minar o acesso aos recursos de adaptação e funcionamento. Foi provado e replicado o efeito único da expectativa de dor na dor posterior através de dois estudos diários, sendo ampliados seus achados prévios ao examinar os antecedentes cognitivos e afetivos da expectativa de dor e as consequências da expectativa de dor para o disfrutar social diário e o estresse.

No estudo 1, 231 indivíduos com artrite reumatóide completaram 30 informativos ao final do dia. Os resultados do modelo de equações estruturais multinível mostraram que, controlando o dor do dia, a expectativa de dor predice o dor do dia seguinte. No estudo 2, foram recolhidas avaliações diárias dos fatores afetivos, cognitivos e sociais durante a manhã, tarde e noite, durante 21 dias, a partir de uma amostra de 220 pessoas com fibromialgia.

Os resultados mostraram que tanto o afeto positivo como a medida em que a dor interfere com as atividades diárias durante a tarde previram a expectativa de dor vespertina na direção esperada. Entretanto, o efeito negativo e a eficácia do afrontamento da dor no se associaram com a expectativa de dor. De acordo com o estudo 1, a expectativa de dor maior que a habitual se relacionou com uma maior dor na manhã seguinte. Descobriu-se ainda que a dor da manhã seguinte previu o disfrutar social da tarde seguinte porém não o estresse social.

Quando os participantes informaram um nível de expectativa de dor superior ao habitual, apresentavam mais probabilidades de experimentar uma maior intensidade de dor no dia seguinte. No estudo 2, a expectativa de dor, estava relacionada com deficiências nas relações sociais da tarde seguinte, mediadas por uma maior intensidade de dor experimentada pelo paciente.

A investigação prévia em indivíduos com dor crônico estabeleceu a relação entre os aumentos na expectativa de dor e os informativos posteriores de aumento da dor. Este novo achados aporta uma compreensão mais específica desta relação ao identificar não apenas os fatores afetivos e cognitivos dentro do dia que predizem o aumento da expectativa de dor, mas também as consequências da expectativa de dor para a experiência da dor posterior e o funcionamento social.

Os achados destes dois estudos apontam a importância da promoção do afeto positivo e redução da expectativa de dor como uma forma de diminuir o efeito prejudicial da dor crônica nas experiências sociais agradáveis.

A expectativa de dor se associa com aumentos na experiência de dor posterior e maiores níveis de evitação conductual.

Os resultados do estudo destacam a importância de aumentar o afeto positivo e reduzir as expectativas negativas de dor futura para minimizar seus efeitos prejudiciais sobre a dor posterior e o desfrutar das experiências sociais.