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Estudo de coorte prospectivo
Experiências adversas na infância repercutem negativamente na saúde durante a adolescência
A medida que aumentaram as experiências adversas, aumentou a gravidade da depressão e os problemas de saúde.


A adversidade na primeira infância afeta negativamente na competência emocional, gera um maior risco de depressão adolescente e maus resultados de saúde. Em termos quantitativos, a medida que aumentam as experiências adversas precoces, foi registrado um aumento de 15% e 25% na gravidade da depressão e dos problemas de saúde física.

Isto é o que sugere o estudo “Association Between Early Life Adversity and Risk for Poor Emotional and Physical Health in Adolescence. A Putative Mechanistic Neurodevelopmental Pathway” (JAMA Pediatrics. Vol: 171 Nro: 12 Págs: 1168 - 1175 Fecha: 01/12/2017), elaborado pela Washington University de St, Louis, Estados Unidos.

As experiências adversas na infância (EAI) foram associadas com resultados deficientes de saúde mental e física. Entretanto, o mecanismo deste efeito, fundamental para melhorar as políticas de saúde pública, segue sendo pouco conhecido. Por isso, os investigadores se propuseram analisar a trajetória do neurodesenvolvimento da associação entre as EAI precoces e os resultados de saúde geral e emocional dos adolescentes.

Para isso foi realizado um estudo longitudinal prospectivo que começou quando os pacientes apresentavam entre 3 e 6 anos de idade e se realizaram neuroimagens entre os 7 e 12 anos, apresentando resultados de saúde física e mental observados entre os 9 e os 15 anos.

Foram atualizados os modelos de mediação sequencial para investigar as associações entre as EAI precoces e a estrutura do cerebro, o desenvolvimento da emoção e os resultados de saúde de forma longitudinal. As crianças foram recrutadas de uma unidade acadêmica de investigação do centro médico.

A idade média de 119 pacientes foi de 9,65 (1,31) anos no momento do exame. A pontuação média de EAI foi de 5,44 (3,46). A pontuação de severidade média de depressão foram 2.61 (1.78) em pré-escolares, 1.77 (1.58) no tempo 2 e 2.16 (1.64) no tempo 3.

A pontuação de saúde física global média no tempo 2 e tempo 3 foram 0.30 (0,38) e 0,33 (0,42), respectivamente. Encontrou-se uma mediação sequencial na associação entre EAI precoces altas e resultados de saúde física e emocional. Pequenos volumes do giro frontal inferior e autoconsciência emocional pobre mediaram sequencialmente a associação entre as EAI precoces e a má saúde geral (estimação do parâmetro modelo = 0,002, IC de 95%, 0,0002-0,056) e a severidade da depressão mais alta (estimação do parâmetro modelo = 0,007; IC de 95%; 0.001-0.021) na adolescência.

Um aumento de 0 a 3 EAI precoces se associou com um aumento do 15% e 25% na gravidade da depressão e dos problemas de saúde física, respectivamente.

Os achados do estudo destacam um mecanismo putativo do neurodesenvolvimento mediante o qual pode funcionar a associação entre las EAI precoce s e os resultados de saúde mental e física mais tardios. Esta trajetória de risco identificada pode ser útil para orientar as intervenções preventivas.

Os resultados deste estudo prospectivo longitudinal de neuroimagem sugerem que a adversidade na primeira infância afeta negativamente o volume de uma sub-região do córtex pré-frontal, a circunvolução frontal inferior, o que resulta em deficiências na competência emocional e um maior risco de depressão adolescente e maus resultados de saúde.

Os achados atuais sugerem que estes efeitos podem ser detectados de forma mais precoce  no desenvolvimento durante o período da adolescência e proporcionam um marco para compreender a trajetória do risco. Será importante seguir os resultados de saúde nesta amostra na idade adulta posterior quando é mais provável que surjam uma variedade de problemas de saúde crônicos e sejam evidenciados os efeitos mais poderosos.